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ERA UMA VEZ O CINEMA


Os Gritos do Silêncio (1984)

cover Os Gritos do Silêncio

link to Os Gritos do Silêncio on IMDb

País: Inglaterra, 141 minutos

Titulo Original: The Killing Fields

Diretor(s): Roland Joffé

Gênero(s): Biografia, Drama, História, Guerra

Legendas: Português,Inglês, Espanhol

Tipo de Mídia: Cópia Digital

Tela: 16:9 Widescreen

Resolução: 1280 x 720, 1920 x 1080

Avaliação (IMDb):
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7.8/10 (48401 votos)

DOWNLOAD DO FILME E LEGENDA

PRÊMIOS star star star star star

Academia de Artes Cinematográficas de Hollywood, EUA

Oscar de Melhor Fotografia (Chris Menges)

Oscar de Melhor Ator Coadjuvante (Haing S. Ngor)

Oscar de Melhor Edição (Jim Clark )

Prêmios Globo de Ouro, EUA

Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante (Haing S. Ngor)

Academia Britânica de Cinema e Televisão, Inglaterra

Prêmio de Melhor Fotografia (Chris Menges)

Prêmio de Melhor Edição (Jim Clark )

Prêmio de Melhor Roteiro Adaptado (Bruce Robinson)

Prêmio de Melhor Revelação Masculina (Haing S. Ngor)

Prêmio de Melhor Ator (Haing S. Ngor)

Prêmio de Melhor Filme (David Puttnam)

Prêmio de Melhores Efeitos Sonoros (Ian Fuller, Clive Winter, Bill Rowe)

Prêmio de Melhores Design de Produção / Direção de Arte (Roy Walker)

Prêmios David di Donatello, Itália

David de Melhor Produção Estrangeira (David Puttnam)

Círculo de Críticos de Cinema de Londres, Inglaterra

Prêmio Diretor do Ano (Roland Joffé)

Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, EUA

Prêmio de Melhor Fotografia (Chris Menges)

Academia Japonesa de Cinema, Japão

Prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira

Sociedade dos Críticos de Cinema de Boston

Prêmio de Melhor Ator (Haing S. Ngor)

Prêmio de Melhor Filme

Prêmio de Melhor Fotografia (Chris Menges)

Prêmio de Melhor Ator Coadjuvante (John Malkovich)

Círculo dos Críticos de Cinema de Nova York, EUA

Prêmio de Melhor Fotografia (Chris Menges)

Grêmio dos Roteiristas da América

Prêmio de Melhor Roteiro baseado em material previamente publicado (Bruce Robinson)

Sinopse: Unidos pela Guerra do Camboja, Sydney Schanberg e Dith Pran são dois repórteres de origens e destinos diferentes. O primeiro é correspondente do New York Times, enquanto o segundo atua como guia e intérprete do americano em seu país natal. A história desses jornalistas dedicados, que puseram suas vidas em risco em nome da profissão, é contada em Os Gritos do Silêncio (The Killing Fields, Inglaterra, 1984), no qual o diretor inglês Roland Joffé mostra o surgimento de uma amizade, ao mesmo tempo em que denuncia as atrocidades cometidas na Indochina em nome de um hipotético “bem coletivo”.

O filme é dividido em duas partes, iniciando em 1973, com a chegada de Schanberg (Sam Waterston) ao país asiático. Por meio da ousadia e da determinação do jornalista, a situação do Camboja é revelada pouco a pouco, pela devastação da cidade de Neak Long, pelos cadáveres de adultos e crianças e pelas centenas de feridos, resultado de um suposto erro de cálculo dos aviões americanos. Na capital Phnom Penh, atentados terroristas do grupo comunista Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot, geram mais mortes de inocentes e completam o cenário de instabilidade do país.

A obra se baseia numa história real, contada em The death and the life of Dith Pran, publicada no jornal nova-iorquino. No começo da década de 70, o Camboja passava por uma guerra civil, no qual as tropas do governo enfrentavam o grupo comunista. O conflito no Vietnã alcançara o país vizinho, ensejando a intervenção dos Estados Unidos, o que só aumentou a reação da oposição. Em 73, a potência deixa o local, e dois anos depois os guerrilheiros dominam o Camboja, implantando um regime extremista, de orientação maoísta.

A partir daí, começa a segunda parte do filme. Schanberg e Pran decidem ficar no país para prosseguir com a cobertura. Porém, logo o Khmer Vermelho exige a saída de todos os jornalistas. O americano embarca de volta aos Estados Unidos, mas seu colega, que já tinha salvado sua vida, é obrigado a ficar por ser cambojano. E é nesse momento que cada um segue um destino diferente. Enquanto Schanberg envia cartas com a foto de seu colega para a Cruz Vermelha, Pran é levado para um killing field (nome original do filme), no qual sofre as agruras da fome e da tortura.

Enquanto o americano ganha o prêmio Pulitzer, o repórter asiático é escravizado pelo grupo comunista. Enquanto o premiado sente remorso por ter deixado seu colega no conflito, o outro bebe o sangue das vacas para sobreviver, numa das cenas mais marcantes do filme. É através dessa contraposição que o diretor Roland Joffé mostra as privações dos cambojanos e o modus operandi dos campos de concentração, para os quais a população foi levada, depois da desocupação das cidades.

Com alguns documentários em seu currículo, Joffé (de A Missão, de 1986) imprime realismo a sua obra. A tensão, a tortura, o desespero da população e a instabilidade do país, antes e depois da chegada do Khmer ao poder, são mostradas com crueza. Em uma passagem reveladora, três soldados do exército executam dois integrantes do Khmer com tiros a queima roupa, em meio aos escombros de um prédio, e ao som de Paul McCartney, tocando no rádio de um dos assassinos. Joffé também não poupa o governo americano.

O presidente Nixon aparece na televisão de Schanberg, explicando sua doutrina, ao mesmo tempo em que imagens de bombas americanas lançadas sobre o Camboja revelam o outro lado do perigo. Sangue, morte e mutilações são acompanhadas por uma ópera, numa bela seqüência que explica a conquista do Oscar de Melhor Edição.

Das sete indicações que recebeu, a obra ganhou ainda mais dois prêmios da Academia, pela Fotografia e pelo excelente desempenho do ator coadjuvante Haing S. Ngor, que também conquistou o Globo de Ouro. A história de Ngor é impressionante. Em seu primeiro filme, o ator representou a sua própria história. Assim como seu personagem, o cambojano foi escravo do Khmer Vermelho e sofreu perseguição e tortura nos campos de concentração. Antes da revolução, era médico ginecologista e tinha que esconder sua instrução para sobreviver. Além disso, viu sua esposa grávida morrer, por problemas num parto prematuro.

Em 1980, Ngor se refugiou nos EUA, mas não pôde exercer sua profissão. Acabou sendo escolhido para fazer o filme, dando início a uma carreira de ator, participando de oito longas-metragens no total. No entanto, sua prioridade foi lutar pelos sobreviventes do Camboja. Ele arrecadou dinheiro para fundar duas sociedades de amparo aos refugiados e para levar os culpados pelo massacre à justiça. Apesar de todo o sofrimento passado em seu país de origem, o ator morreu tragicamente na América, assassinado na porta de casa, por uma gangue do narcotráfico, em 1996.

Porém, mesmo se tivesse sobrevivido a esse ataque, Ngor não teria visto a punição de seus algozes. Pol Pot, líder do Khmer Vermelho, morreu em 1998 e escapou da justiça. O grupo perdeu o poder no final de 1978, quando 50 mil vietnamitas invadiram o Camboja. Foi só a partir daí que se começou a conhecer a magnitude do genocídio e das atrocidades cometidas por Pol Pot.

Calcula-se que cerca de dois milhões de pessoas tenham morrido, devido à tortura, fome, doenças em geral, esgotamento, ou punições no interior do grupo. Em sua autobiografia, A Cambodian Odyssey, Ngor sugere que, apesar do realismo de Os Gritos do Silêncio, o conflito no Camboja foi mais violento do que o representado na obra. “Se o filme mostrasse o que realmente aconteceu, ninguém seria capaz de vê-lo”.

 

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